DICA 11 - DESTRALHE
Enquanto escrevo este texto, estou sentada no sofá de televisão ligada. E por mera coincidência, na cena da série que passa na televisão, as personagens estão exactamente a fazer aquilo que lhe sugiro hoje. Nesta mesma cena, uma personagem diz à outra “limpa a tralha, purifica a alma”. E embora tenha começado a destralhar em nome do desperdício zero, a “purificação da alma” é, sem dúvida, um efeito colateral bem-vindo.
Aprendi esta maravilhosa expressão no livro da Bea Johnson, qual “Bíblia” do Desperdício Zero (a que darei a devida e merecida importância num post futuro).
E destralhar significa doar o que temos em excesso em nossa casa, o que está a mais. E a ideia não é de todo dar 10, para repor com outros 10. O objectivo é simplificar, é vivermos com o que precisamos e descartar o que está a mais. Em última instância, viver de modo (mais) minimalista.
E em simultâneo, dá a quem precisa, como por exemplo, a uma Instituição de solidariedade.
O livro da Bea orienta-nos neste processo, compartimento a compartimento da casa, e facilmente nos leva a concluir que 10 panos de cozinha, 7 travessas, 20 cestos e cestinhos, 2 conchas para a sopa, 4 pares de calças tamanho 34 quando vestimos o 40, são exagero... E facilmente nos deparamos com um apego exacerbado a pequenas coisas materiais.
Passo-a-passo, a dica de hoje é (adaptando as palavras da Bea Johnson) resume-se ao seguinte:
Recuse o que não precisa (os 4 pares de calças que nunca mais vai usar e 15 dos 5 cestinhos)
Reduza aquilo de que necessita (dê 5 dos 10 panos de cozinha)
Reutilize (aposte em bens em 2ª mão sejam roupas, electrodomésticos ou móveis).
Recicle o que não vai poder recusar
Composte o restante!
Para além duma casa mais leve (e uma maior leveza em geral), o importante é o processo, não tanto o resultado final. É saber que aquilo que é supérfluo para nós, pode ser essencial para quem o destinamos, e nos apercebermos e nos questionarmos de cada coisa que temos a mais.
E não, o meu armário não tem apenas as duas peças da fotografia, nem se aproxima dum “armário cápsula” (idealmente com menos de 50 peças que combinam entre si) e, com toda a honestidade, não sei se vou chegar a tamanha redução. E ainda tenho muuuuuita tralha da qual não me consegui livrar.
Comecei a destralhar em 2017, comprometi-me (comigo) a, durante o ano de 2018, doar 365 items do que tenho em casa, e este processo já me fez colocar em prática cada uma das regras acima, pensar uma e duas e três vezes de cada vez que pondero comprar alguma coisa, recusar/dar items duplicados, reusar peças paradas há anos, reciclar outras, e fazer compostagem do meu lixo orgânico (mas isso deixo para outro post).
O caminho é longo, mas acredito estar na estrada certa, pelos motivos certos ;-)